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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

PM agride aluno na USP e é afastado

Sargento tenta fazer a desocupação de imóvel, mas bate em estudante e é chamado de racista



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A Polícia Militar afastou ontem o sargento André Luiz Ferreira e o soldado Rafael Ribeiro Fazolin dos trabalhos de rua que exerciam nas dependências da USP (Universidade de São Paulo). O PM André foi filmado dando um tapa no aluno Nicolas Barreto às 11h e também sacando o revólver do coldre para intimidá-lo. Os policiais queriam que os alunos da universidade deixassem um imóvel abandonado, onde funcionava a antiga sede do DCE (Diretório Central dos Estudantes) e conhecido como Centro de Vivência da USP.

O prédio fica bem próximo da reitoria e ao lado do MAC (Museu de Arte Contemporânea). O edifício seria reformado para abrigar a farmácia universitária e a editora da universidade de São Paulo, mas a obra não foi feita. Na semana passada, punks ocuparam o local, que está totalmente depredado.

Segundo o coronel Wellington Luiz Dorian Venezian, comandante do CPAM-5 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano da Zona Oeste), a guarda universitária solicitou apoio para retirar os alunos do local. “(O prédio) Seria totalmente cercado com tapumes para preservação e reforma”, disse. “Nós soubemos da ocorrência através da rede social às 15h e afastamos os dois imediatamente para apuração. Também abrimos sindicância, que deve ser concluída em até 60 dias”, afirmou o oficial comandante.

ABORDAGEM: No vídeo postado na internet, o sargento inicia a abordagem tentando, no diálogo, dissuadir os alunos de permanecerem no imóvel. Em dado momento, ele olha para o estudante Nicolas, que está mais afastado e pergunta: “Você é estudante daqui?”. Nicolas responde: “Eu sou”. E o PM prossegue: “Cadê a carteirinha?”. O aluno diz que tem a palavra dele (que é aluno da USP) e o sargento exige o documento, agarrando o jovem à força pelo braço, jogando-o contra a parede e num tapa, agarrando-o pela camiseta.

O sargento foi acusado pelos outros alunos de racismo, já que Nicolas era o único estudante negro no edifício, por abuso de autoridade. Enquanto isso, o soldado Rafael filmava os alunos com celular. Depois, tentando argumentar com alguns dos estudantes, o sargento esconde a tarjeta afixada na farda, que o identifica.

“Ele se desequilibrou emocionalmente. Não tem o perfil para trabalhar com esse tipo de público. Talvez sirva em serviços administrativos. As punições podem ser desde uma repreensão até a expulsão da corporação. Isso vai ser analisado na sindicância”, disse o coronel Venezian.

Segundo o comandante da área, há nove policiais militares destacados para fazer o trabalho nas dependências da universidade. “Esses dois policiais serão substituídos imediatamente”, afirmou.
A PM destacou que, desde que voltou a ter efetivo fixo no campus, todos os tipos de crime na universidade baixaram. São eles: roubos de veículos (16,67 % a menos); roubos outros (redução de 76,92%); furtos de veículos (diminuição de 87,5%); furtos outros (18,92% a menos).

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